o despertar

...terça feira chuvosa

ha muito tempo não apareço por aqui. Não somente no blog perdurou minha ausência mas também em meus diários, fato que repugno, que não admito e condeno... ausentar-me da minha própria vida, do registro da jornada... promessa feita á alma numa noite terrível de solidão e frustação...nunca deixaria de registrar a minha existência, o aprendizado, os desejos, as pessoas, os sonhos... as conquistas.
No fundo existe mesmo uma grande explicação para tal descaso comigo mesma. O cansaço e o martírio de carregar, neste ano que se encerra, uma grande derrota...não a primeira e nem a última certamente, ser humano falível e ousado que sou, vulneravelmente colecionarei uma porção delas ao longo dos dias e, como se não bastassem ao longo dias, também as levarei (como ultimamente) ao longo das intermináveis noites de mal sono...
o ouuu...não é que de repente estou de volta? Como um copo de água quando a terrível sede pede por socorro, como a seca pela chuva abundante, os pássaros pela liberdade no azul do céu, eu também exclamei com a alma alguém aqui... aqui sim, do lado, grudado no coração me devolvendo o que me faz viver, o que me faz acordar para luta perante sol ardente, o que me faz espelho, ver a mim mesma como sou, exatamente como sou... aqui estou de volta.
pensando saber tudo erro feio diante da vida, de novo. Por qual motivo poderia eu ter a absoluta certeza de que sabia o que estava fazendo? Óbvio que o que me sobrou foi aquela sensação de tolice e ingenuidade. Não mais revolta, nenhuma revolta... nada de revolta.
Eis que o pagamento por todo erro, toda precipitação a fim de chegar, espertamente, primeiro ao meu próprio destino, esteve bem diante do meu nariz me pressionando cabeça abaixo.
Mas como um passe de mágicas que nunca é realmente um passe, acabou. Simplesmente acabou como está acabando o ano que não me trouxe satisfação e prazer como eu merecia, como qualquer um de nós merecemos.
Hora da faxina, hora de separar o joio do trigo, o trabalho próspero da fadiga inútil. Hora de fazer escolhas e cometer novos erros...e que delícia o começo, que delícioso o despertar do novo ... mesmo que vire erro, ou que já o seja desde o início, delicioso cometê-lo...e será assim sempre. Comigo, com você, com todos. Inevitavelmente todos passarão por eles, os erros.
Sabe por que cometos erros?
Não...não é pela falta de experiência, me desculpe quebrar o teu abajur de loça que ilumina o comodismo em crer que lhe falta experiência para acertar na tua própria vida... falta-lhe treino diário e raciocínio lógico... apenas isso...mas da trabalho não éh? E quem quer trabalho nos dias de hoje??? Bem mais fácil imaginar e ver tudo pronto a sua frente como o velho e bom passe de mágicas... pois é, cai na real. Alguém me trouxe pra real num momento de pura inconsciência...
aqui estou de volta.
Esse alguém que hoje é boa parte de mim...não sei por onde andas...disse que iria doar-se para alguém que, certamente, precisa de ti muito mais do que eu neste momento, senão, sábio como éh, estaria aqui comigo...mas sabe que me enche de energia, de alegria, de forças e de sabedoria e vai embora...ao menos eu sou boa aluna e na tua ausência to buscando prosperar... não me sinto só agora como antes...agora quero dizer neste momento, porque to aprendendo a cuidar de cada segundo de mim, da minha preciosa passagem por aqui... e tenho tanto a fazer. To voltando, aos poucos, como quem precisa se recuperar cuidadosamente de um baita acidente...éh...foi isso ai que aconteceu, um baita acidente e to voltando aos poucos a piscar atenta, a mecher com os pés e com as mãos, a balançar a cabeça com aquele sorriso sempre caloroso, puro e sincero que eu tinha... não...não quero ter cuidado pra não sofrer outro acidente, quero seguir por um lado só, sem cuidados, de cabeça, porque foi assim que sempre funcionou e desta maneira nunca houve nenhum acidente...
estou voltando e isso está me fazendo bem... e por onde anda o meu guardião heim...quando eu estiver dormindo ele deve aparecer... eis que ai está a resposta ... um belo guardião dos sonhos.